- Zucco lidera corrida ao governo e Leite desponta no Senado

A pesquisa Real Time Big Data, divulgada pela Record RS, mostra uma disputa equilibrada para o governo do Estado em 2026. Luciano Zucco (PL) aparece na frente, mas sem abrir grande distância. Ele é seguido de perto por Juliana Brizola (PDT), Edegar Pretto (PT) e Sebastião Melo (MDB), o que evidencia que o jogo ainda está aberto. O MDB, inclusive, segue dividido entre nomes, enquanto figuras como Paula Mascarenhas (PSDB) e Covatti Filho (PP) tentam se viabilizar.
Cenário 1 – Governo do RS (estimulada):
- Luciano Zucco (PL): 26%
- Juliana Brizola (PDT): 20%
- Edegar Pretto (PT): 19%
- Gabriel Souza (MDB): 12%
- Paula Mascarenhas (PSDB): 4%
- Covatti Filho (PP): 4%
- Nulo/Branco: 6%
- Não sabe/Não respondeu: 9%

No Senado, o destaque é Eduardo Leite (PSD), que lidera com folga em um dos cenários. O governador aparece como o nome mais competitivo, reforçado pela boa avaliação de sua gestão. Outro ponto de atenção é Manuela D’Ávila, que mesmo sem partido surge como protagonista na disputa. A presença de políticos de diferentes espectros indica que a corrida ao Senado deve ser ainda mais fragmentada.
Cenário 1 – Senado (estimulada):
- Eduardo Leite (PSD): 45%
- Manuela D’Ávila (Sem partido): 24%
- Marcel van Hattem (Novo): 17%
- Sanderson (PL): 16%
- Paulo Pimenta (PT): 15%
- Luiz Carlos Heinze (PP): 13%
- Osmar Terra (MDB*): 8%
- Marcio Biolchi (MDB): 3%
- Nulo/Branco: 7%
- Não sabe/Não respondeu: 4%
O levantamento também trouxe dados de aprovação do governo. Eduardo Leite mantém números consistentes, o que ajuda a explicar seu desempenho na disputa ao Senado. A aprovação em 64% mostra que, apesar das críticas, o governador ainda preserva capital político no Estado.
Avaliação de Eduardo Leite:
- Aprovação: 64%
- Desaprovação: 33%
- Não sabe/Não respondeu: 3%
O levantamento foi realizado entre os dias 2 e 3 de setembro de 2025, com 1.200 entrevistas presenciais no Rio Grande do Sul. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
- Esquerda Gaúcha busca frente para 2026

A cena política gaúcha voltou a girar em torno de um velho dilema: a unidade das esquerdas. Nesta quinta-feira (4), na Casa Verso, em Porto Alegre, um encontro organizado pelo Instituto Novos Paradigmas, de Tarso Genro, reuniu pré-candidatos ao Piratini e ao Senado, além de lideranças de PT, PDT, PSOL e PSB. Juliana Brizola (PDT) e Edegar Pretto (PT) dividiram espaço com Manuela D’Ávila, ainda sem partido, mas com intenção de disputar o Senado, e Paulo Pimenta (PT). O consenso: a necessidade de convergência para evitar a vitória da extrema direita em 2026.
Brizola falou em “sacrifícios” e garantiu que o PDT está disposto a construir a frente. Pretto reforçou que as derrotas recentes custaram caro ao Rio Grande do Sul, hoje incapaz de investir em áreas básicas, e que o diálogo é condição para um projeto comum. Já Pimenta apontou para o cenário nacional: segundo ele, a promessa de Tarcísio de Freitas de votar uma anistia é moeda de troca para manter o bolsonarismo unido, o que teria reflexo direto no tabuleiro gaúcho e poderia envolver até Eduardo Leite (PSD).
Ao fim, a sensação foi de avanço, mas também de impasse. Conversar, todos admitem, é o primeiro passo. Transformar diálogo em unidade real, no entanto, segue sendo o maior desafio, e a esquerda gaúcha já não tem muito tempo a perder.
- Ausência de Fávaro na Expointer

Não dá para entender a ausência do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, na 48ª Expointer. Mesmo sem atender ao pedido dos produtores por uma renegociação ampla das dívidas, ele deveria ter vindo para explicar de peito aberto os motivos do governo, em vez de se esconder atrás de notas oficiais. Faltou dizer claramente por que o Planalto rejeita usar recursos do fundo do pré-sal, criado para a educação, no socorro ao campo.
Não precisava participar da abertura. Bastaria circular antes, conversar com produtores e mostrar que se importa com um dos pilares da economia gaúcha. Vieram Paulo Teixeira e Edegar Pretto, ligados à agricultura familiar. Mas quem fala com os grandes produtores é Fávaro. E ele não apareceu.
- Decisões do TRE-RS mantém mandatos de PDT e PSDB em SM

As disputas sobre mandatos das eleições municipais de 2024 em Santa Maria seguem vivas na Justiça. O Tribunal Regional Eleitoral do RS (TRE/RS) manteve, por unanimidade, decisões de primeira instância que consideraram improcedentes recursos sobre o cumprimento da cota de gênero em diferentes coligações. Entre os casos, estão os mandatos do vereador Luiz Fernando Lemos (PDT) e de três tucanos, Admar Pozzobom, Givago Ribeiro e Lorenzo Pichinin, que deverão chegar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No caso da Federação PSDB/Cidadania, a segunda suplente Renata Quartiero questionou a ausência de substituição da candidata falecida Fabiana D’Avila Rocha, alegando descumprimento do mínimo legal de 30% de mulheres. Para o advogado de Quartiero, Thiago Carrão, o acórdão abre um precedente ao tratar um falecimento como motivo para não recompor a cota, relativizando políticas públicas de inclusão e afetando a representatividade feminina no Legislativo.
Situação similar ocorreu com o PDT, alvo de recurso do PL e do suplente Jader Maretoli, que contestaram a redução da chapa feminina para 27,78% após indeferimento e renúncia de candidatas. Apesar de contrariar o parecer do Ministério Público, a Justiça manteve os mandatos pedetistas. A análise política indica que o debate sobre a aplicação das cotas de gênero deve continuar no TSE, com impacto potencial na composição de futuras bancadas e na definição de precedentes sobre inclusão feminina na política municipal.
- Centrão ameaça romper com Lula e se alinha ao projeto presidencial de Tarcísio

O Centrão ameaça romper de vez com o governo Lula. PP e União Brasil, que agora atuam em federação, orientaram seus filiados a entregar todos os cargos que ocupam na administração federal, sob pena de sanções internas. A ordem, se levada adiante, atinge desde ministros até ocupantes de funções de baixo escalão, incluindo posições estratégicas como a presidência da Caixa, hoje sob indicação de Arthur Lira.
Mesmo já integrando a máquina pública, os dois partidos nunca foram aliados totalmente confiáveis do Planalto e costumaram pressionar por mais espaço e recursos. O movimento atual pode ser lido como uma forma de aumentar o desgaste em torno da discussão da anistia, mas também abre caminho para consolidar um bloco oposicionista robusto no Congresso.
Na prática, o gesto reforça a aproximação com Tarcísio de Freitas. O governador paulista, mesmo filiado ao Republicanos e dependente da bênção de Jair Bolsonaro, é visto por dirigentes de PP e União como a aposta para 2026. O PSD de Kassab também sinaliza apoio a esse projeto.
Se confirmada a saída, o governo perde parte de sua sustentação institucional e vê crescer o poder de fogo da oposição, que se articula não apenas em torno de cargos, mas de um projeto presidencial alternativo.
- Bolsonaro arrasta parte das Forças Armadas para a mira do STF

O julgamento no Supremo não coloca apenas Jair Bolsonaro no centro da cena, mas também uma série de militares e ex-integrantes do governo que aderiram ao projeto golpista. Generais como Augusto Heleno, Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, além do almirante Garnier e do coronel Mauro Cid, foram denunciados por seu envolvimento direto, enquanto civis como Alexandre Ramagem e Anderson Torres completam o grupo de acusados.
A acusação detalha como esses oficiais, ao contrário de outros colegas que rejeitaram a aventura, contribuíram para sustentar as tentativas de ruptura institucional, seja questionando as urnas, seja incentivando acampamentos em frente a quartéis. Todos, segundo a denúncia, deixaram impressões digitais suficientes para serem considerados peças-chave na conspiração.
O processo evidencia também a influência de Bolsonaro, que sempre exaltou a ditadura militar e chegou a reverenciar figuras como o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra. Sua condução política arrastou parte da cúpula militar para uma trama que acabou barrada pela resistência de oficiais que se recusaram a violar a Constituição.
Enquanto aliados do ex-presidente criticam sua prisão domiciliar, a comparação com os métodos da ditadura dá a medida do contraste: o ex-mandatário, ao lado da família, aguarda uma provável condenação em condições incomparavelmente mais brandas do que aquelas impostas às vítimas do regime que sempre admirou.
- RS mira concessões para duplicações e manutenção, mas pedágio gera polêmica

Apesar da rejeição histórica dos gaúchos ao pedágio, Eduardo Leite insiste em avançar com o programa de concessões rodoviárias até o fim do mandato. O governador admite o custo político, mas argumenta que o Estado não tem recursos para bancar duplicações, pontes e melhorias estruturais, tornando a transferência para a iniciativa privada a única saída viável.
O governo pretende lançar, ainda neste mês, o edital do Bloco 2, que abrange rodovias da Serra e do Planalto Médio, e abrir consulta pública para o Bloco 1, com 444 quilômetros na Região Metropolitana, Serra e Litoral Norte. A RS-118, duplicada com recursos públicos, ficará de fora da cobrança, sendo subsidiada pelos demais trechos.
As críticas se concentram no valor das tarifas e no uso de dinheiro público para reduzir os preços, como no caso do Bloco 2, que deve receber aporte de R$ 1,3 bilhão. O desafio do governo será comunicar os benefícios e dar transparência ao processo, diante de um cenário eleitoral em que promessas fáceis contra o pedágio tendem a proliferar.
As concessões já realizadas no Estado enfrentam problemas: a RS-287, entregue a uma empresa espanhola, revelou falhas graves após a enchente de 2023, e o Bloco 3 sofre com reclamações sobre o preço e o sistema de cobrança. Ainda assim, houve avanços, como a melhora no acesso a Caxias do Sul pela RS-122, que caminha para eliminar gargalos históricos da região.
- Rio Grande do Sul recebe lançamento do turismo rural para agricultores familiares

O Ministério do Turismo escolheu o Rio Grande do Sul para lançar formalmente o turismo rural voltado a agricultores familiares. Uma portaria será assinada durante a Expointer, permitindo que os agricultores ofereçam serviços turísticos sem perder direitos previdenciários, como a aposentadoria especial.
O marco legal, viabilizado pela atualização da Lei Geral do Turismo, garante segurança jurídica e integra a atividade turística ao desenvolvimento econômico, preservando tradições e fortalecendo a agricultura familiar. Para participar, os agricultores devem se cadastrar no sistema Cadastur, o que também fornecerá dados importantes ao governo para planejar políticas específicas para o setor.
O governo espera que a medida amplie a visibilidade e renda dos empreendimentos rurais, promovendo o turismo no campo de forma estruturada e sustentável.
- Câmara propõe prêmio literário em homenagem a Luis Fernando Verissimo

Um projeto na Câmara dos Deputados propõe a criação do Prêmio Literário Luis Fernando Verissimo, em homenagem ao escritor morto recentemente. A premiação anual seria destinada a autores brasileiros ou estrangeiros residentes no país, cuja obra tenha destaque relevante para a literatura nacional, e seria entregue pelo presidente da Câmara em sessão solene na segunda quinzena de setembro, mês do aniversário de Verissimo.
Qualquer deputado poderá indicar um candidato por ano, e uma comissão formada por representantes da Segunda Secretaria e da Comissão de Cultura decidirá o vencedor. O prêmio inclui medalha e diploma, custeados pela Câmara, e ainda precisa passar pelas comissões internas e pelo plenário para ser aprovado.
- Marcelo Maranata se filia ao PSDB e confirma pré-candidatura ao governo do RS em 2026

O prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata, oficializou sua filiação ao PSDB e reafirmou a intenção de disputar o governo do Rio Grande do Sul em 2026. Recebido por líderes tucanos, ele destacou a força do povo gaúcho e citou referências históricas do partido, como Fernando Henrique Cardoso e Yeda Crusius, ao traçar seu projeto estadual.
Maranata planeja percorrer o Estado com caravanas para mobilizar apoio e precisará renunciar à prefeitura em abril para concorrer. A filiação foi articulada com apoio da direção nacional do PSDB, incluindo Marconi Perillo e Aécio Neves.
Internamente, ele disputará espaço com Paula Mascarenhas, presidente estadual do partido e pré-candidata ao Piratini, que representa a ala mais próxima do governador Eduardo Leite. O movimento reforça a estratégia do PSDB de lançar nomes competitivos para a eleição estadual de 2026.
- PT-RS empossa Valdeci Oliveira e sinaliza aliança de centro-esquerda para 2026

A posse do deputado Valdeci Oliveira como novo presidente estadual do PT, em Porto Alegre, reuniu líderes do partido e aliados do campo democrático, em um movimento que já sinaliza a construção de uma frente de centro-esquerda para 2026. O evento contou com ex-governadores, deputados, pré-candidatos a governador e senador, além de representantes do PDT e de outras legendas do campo progressista.
Valdeci destacou a unidade partidária, o diálogo com aliados e a defesa da soberania nacional, enquanto os pré-candidatos do PT, Edegar Pretto e Paulo Pimenta, criticaram a gestão estadual atual e reforçaram o compromisso com a reeleição de Lula e com a volta ao Palácio Piratini. Juliana Brizola (PDT) e Manuela D’Ávila defenderam a construção de um grande palanque democrático para barrar a extrema-direita.
O evento também incluiu homenagens ao escritor Luis Fernando Verissimo e manifestações em defesa do povo palestino. A nova direção estadual do PT terá mandato de quatro anos, com presidência compartilhada entre Valdeci e a deputada Sofia Cavedon nos dois últimos anos.
- PP articula projeto que permite ao Congresso destituir diretores do Banco Central

O PP recolheu assinaturas para acelerar a tramitação de um projeto que permite ao Congresso destituir presidentes e diretores do Banco Central, enfraquecendo a autonomia da instituição criada em 2021. A iniciativa, apoiada por partidos do Centrão, da oposição e da base do governo, surge em meio à análise do BC sobre a compra de parte do Banco Master pelo BRB, controlado pelo Distrito Federal.
Atualmente, apenas o presidente da República pode afastar diretores do BC; o projeto prevê que a Câmara abra o processo e o Senado faça a votação final. Deputados argumentam que a medida é necessária para evitar “sérias consequências ao País”, enquanto líderes do PP e da federação União Progressista reforçam a articulação política em torno do texto. A urgência na tramitação permite que o projeto avance sem passar por todas as comissões do Congresso.
- Marcelo Ustra provoca confronto e xinga Dilma durante sessão em Porto Alegre

A sessão da Câmara Municipal de Porto Alegre que discutia o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF foi marcada por protestos, mas quem realmente causou alvoroço foi o vereador Coronel Marcelo Ustra (PL). Ele usou a tribuna para defender o tio, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, condenado por tortura durante a ditadura, e aproveitou para atacar a ex-presidente Dilma Rousseff, chamando-a repetidamente de “terrorista”.
O clima esquentou quando o vereador Roberto Robaina (PSOL) tentou retirar da tribuna a foto de Dilma exibida por Ustra. Parlamentares da direita formaram uma barreira para impedir que Robaina se aproximasse, e a presidente da Câmara, Comandante Nádia (PL), precisou interromper a sessão. Mesmo após a pausa, Ustra continuou suas provocações, invocando a “imunidade da tribuna” para repetir ofensas à ex-presidente e sugerir que ela fosse convocada para um debate público.
Mais do que um confronto entre parlamentares, o episódio evidencia o clima de radicalização e a forma como a memória da ditadura segue sendo usada como instrumento de ataque político. O que deveria ser um espaço de debate democrático virou palco para xingamentos e defesa de práticas criminosas, reacendendo tensões históricas e ideológicas na política local.